Como algumas mudanças de hábitos tem resinificado a nossa relação com o planeta e com nós mesmos
Quanto vale uma mudança de hábito em nossas vidas? De fato, não é uma pergunta com uma resposta simples, mas para o planeta mudar a forma como lidamos com algumas questões pode valer muito. Já vivemos uma era de incertezas e de escassez, onde os recursos não parecem ser mais tão abundantes quanto no passado e os desafios em relação a sustentabilidade das nossas sociedades estão cada vez mais urgentes. Uma necessidade básica incontestável de qualquer ser vivo é o alimento, e no mundo atual globalizado os impactos da produção de alimentos são enormes. Entre as etapas de produção, colheita, processamento, transporte, comércio e consumidor final muitas são as perdas e elas se somam ao montante do descarte final do pós-consumo que muitas vezes possui um efeito multiplicador - o desperdício.
Pode-se imaginar que com todos esses resíduos virando lixo, criamos não um, mas dois problemas, pois se extraímos matéria orgânica e nutrientes de um lado e descartamos no outro lado a conta não fecha. De tal forma gastamos bilhões de reais em fertilizantes sintéticos para a produção de alimentos e outras tantos bilhões no recolhimento e estocagem dos resíduos orgânicos. Sendo que a peça que falta para fechar o ciclo convertendo o que chamamos de lixo em riqueza novamente é a compostagem! Uma técnica simples que pode nos devolver um enorme recurso orgânico, tornando a vida no campo e nas cidades mais limpa, integrada e saudável. Quando falamos de reciclagem a logística efetiva de aproveitamento dos múltiplos resíduos seletivos que criamos é extremamente complexa, mas na compostagem o reaproveitamento da parcela orgânica é praticamente uniforme, devolvendo tudo em forma de adubo de grande qualidade.
Atualmente, existem diversas métodos de compostagem, indo de grandes pátios para compostagem em grande escala até pequenos e eficientes sistemas compactos através das composteiras domésticas. O ato de compostar em casa como já ocorre em muitas residências ainda é visto como algo alternativo, quando o caráter é de urgência, pois a economia linear já ficou por aqui o tempo suficiente para nos mostrar que tudo é cíclico, mas limitado. Por isso, precisamos sair da zona de conforto e devolver os resíduos orgânicos ao ciclo de alimentos, onde nutrem a terra e nos devolvem a riqueza infinita plantar e colher de novo.
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